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Sofá VIT

por Esteban Fidelis – 2021

Medidas (C x A x P)

200 – 500 x 63 x 100 cm
78 3/4” – 196 3/4″ x 24 3/4” x 39 1/4”

 

Materiais

Base em madeira maciça e lâmina natural de Tauari | Jequitibá.

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Conheça mais detalhes de nossos produtos e veja o que há por trás de cada processo e conceito que constituem nossos produtos.

Cada módulo do sofá recebe uma combinação de espumas especiais capazes de tornar a sua experiência de sentar mais agradável. Além do uso de percintas elásticas italianas e combinações de espumas em função do uso, valorizamos e investimos na sensação tátil de nossas peças. Com o objetivo de tornar o produto confortável antes de se sentar, utilizamos tipos especiais de espuma para o acabamento. A Hiper Soft é a espuma utilizada para conferir um toque agradável no apoio de braços e encosto (imagem), além de preservar as linhas estéticas e proporção do produto por tempo indeterminado. No assento utilizamos a Ultracel, como última camada de espuma para conferir mais durabilidade, conforto e estabilidade ao sentar.

Prezamos por utilizar madeiras certificadas e de qualidade. Além da beleza estética das matérias-primas nativas licenciadas a densidade é um fator importante na escolha das espécies de madeiras que selecionamos. Esta característica física torna possível a elevação da qualidade dos acabamentos, melhora a precisão dos cortes e garante uma excelente durabilidade do móvel. Sabemos que ter uma matéria-prima de qualidade a disposição não basta para ter um bom produto finalizado, por isso buscamos trabalhar somente com marceneiros que dedicaram suas vidas a trabalhar com madeira. Profissionais de excelência que possuem um know-how capaz de transcender de forma substancial as limitações técnicas e tornar possível o desenvolvimento de cada um dos produtos desenvolvidos em madeira.

RAMOS, G. Vidas Secas. Rio de Janeiro: Record, 2019.

“Para a vida ser boa, só faltava à sinhá Vitória uma cama, igual a de seu Tomás da Bolandeira. Suspirou pensando na cama de varas que dormia. Ficou ali de cócoras, cachimbando, olhos e ouvidos muito abertos para não perder a festa.”

Vidas Secas, Graciliano Ramos, Capítulo VIII – A Festa.

O nome do sofá Vit está associado à personagem Sinha Vitória, da obra Vidas Secas de Graciliano Ramos. O livro foi escrito em 1938 e situa-se dentro da segunda fase modernista, ou geração dos 30. Esse período da literatura brasileira, se caracteriza pela consolidação e amadurecimento dos parâmetros estabelecidos pela semana de arte moderna de 22. O movimento modernista, buscou a consolidação de uma visão sobre as artes, essencialmente brasileira, utilizando de padrões e métricas das correntes européias, porém com uma temática regional. A segunda fase, por sua vez, apresenta uma imersão no universo psicológico das personagens inseridas dentro de contextos políticos e sociais abusivos, analisando os desejos, vontades e aflições de brasileiros em diversas regiões do país. Em Vidas Secas, o autor descreve, por meio da prosa, o sofrimento cíclico de uma família de retirantes sertanejos composta por pai, mãe, dois filhos e uma cadela, que lutam contra a seca no nordeste brasileiro.

O livro foi escolhido devido ao seu teor psicológico e, consequentemente, universal, onde cada leitor pode estabelecer certa relação de empatia com as personagens, mesmo diante de paisagens e contextos extremos, conectando-nos, por meio do ser humano basal, essencial e sonhador. A escolha pela Sinhá Vitória partiu do perfil imaginativo único e consequentemente sua representatividade dentro da obra. A personagem se caracteriza por sua capacidade de sonhar com uma vida melhor, sendo ela quem dá suporte ao seu marido Fabiano, vaqueiro, homem bruto, que muitas vezes se confunde com bicho, fala pouco e se comunica por grunhidos. Família pobre, o casal dorme em uma cama de vara, que mal conseguem se mexer devido a um “nó” em uma das ripas que dão forma ao leito. Sinhá Vitória sonha com uma cama, como a de seu Tomás da Bolandeira, dono da fazenda em que trabalham. A tão sonhada cama  possui lastro de couro trançado e base feita em madeira de qualidade, com encaixes feitos à mão, um lugar decente para se esticar os ossos, como diz a personagem.

O sofá, portanto, é uma homenagem ao sentimento basilar de busca por conforto, parte essencial em uma rotina contemporânea. Todos somos um pouco de Sinha Vitória quando nosso único desejo é deitar-se de forma aconchegante, compartilhando nosso tempo em família, sozinhos ou acompanhados, dormindo, lendo, estudando ou vendo um filme. A intenção é que o próprio nome do sofá seja uma reverência ao sentimento que nos impele a buscar alívio, sossego e tranquilidade. A intenção subjetiva é que por fim Sinha Vitória tenha encontrado o tão sonhado amparo para seus ossos, findando seu ciclo de aflição. Do ponto de vista construtivo, a peça foi dimensionada para ser reflexo de soluções simples, porém extremamente funcionais no que tange sua modularidade, costura, estofaria e disposição de densidade de espumas. Destaque para a corpulenta almofada que faz parte do conjunto chaise, que grifa a intenção de conforto proeminente, sendo um elemento de suporte para que cada indivíduo encontre sua posição essencial de descanso. As bases são de concepção também simplificadas, com pés em madeira maciça, porém respondem prontamente às exigências estruturais do conjunto, representando as bases das antigas camas de estruturas delgadas em madeira.